Porém parece-me que os mais de uma centena de mortos no Brasil não são meramente fruto das fortes chuvadas… A esmagadora maioria das mortes são de favelas, das consideradas áreas de risco, onde o planeamento não existe, as construções são precárias e favorecem a acumulação das águas. A agravar a isto seguem-se os desmoronamentos.
Não seriam muitas destas mortes evitáveis com outro tipo de planeamento urbanístico e com outro tipo de políticas sociais? As mortes de todos estes pobres nas favelas são a consequência de um segregacionismo isolacionista que condena populações a condições de vida miseráveis em ambientes desestruturados que potenciam cheias e outros tipos de catástrofes.
A outra análise que me parece pertinente é a ineficácia deste modelo de globalização. Se a globalização fosse social, a resposta a catástrofes ambientais deste tipo seriam globais. Não seriam, como agora, meras migalhas para os estados ficarem bem na fotografia mas seriam respostas sérias. É impossível prever este tipo de situações, e uma globalização solidária passaria por os estados assumirem uma responsabilidade global e colectiva de resposta às catástrofes ambientais dos estados, dinamizando esforços reais e sérios.
Mas a globalização económica e resolver catástrofes naturais não é assim tão lucrativo.
Será comparável o dinheiro que os estados colocam no Brasil quando encontram uma oportunidade de mercado, com o dinheiro que colocam quando centenas morrem em catástrofes ambientais?
O neoliberalismo não responde às pessoas !
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