terça-feira, 29 de junho de 2010


O apuramento da inteligência que o partido de Merkel quer fazer na Alemanha traz-me negras recordações do tempo do nazismo em que o apuramento racial era condição de sobrevivência. O método é o mesmo. Desrespeitar as pessoas, impondo-lhe um teste à sua condição – antes física, agora intelectual -, como condição de permanência no país. Só que agora em vez de o bode expiatório serem judeus (e outros grupos), são os imigrantes. O princípio é o mesmo: ódio encapotado às minorias! É um verdadeiro atraso civilizacional e um desrespeito pelos direitos humanos… E afinal de contas, todas as ditaduras sugiram assim.
Não podemos ter memória curta…

domingo, 27 de junho de 2010

Traz outro amigo também


Com coerência vamos derrotar Cavaco !!

http://www.manuelalegre.com/



Em que Mundo vive Passos Coelho?

Primeiramente publicado em adeuslenine.blogspot.com



Algumas pessoas devem pensar que eu tenho um preconceito ideológico muito forte contra Passos Coelho que leva a escrever quase sempre para ao blogue sobre ele. É verdade, tenho e com imenso orgulho de o ter. Passos Coelho, além de ser um liberal demagogo, o político do marketing e da imagem que a única coisa que tem para oferecer é uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma, está-se também a formar como o político que, a seguir a Socrates, mais atrasos civilizacionais pode vir a impor ao país.

A primeira coisa que teve para oferecer ao debate das ideias num tempo de crise financeira, económica, social, de tanta e tanta miséria foi a revisão constitucional. A seguir sucederam-se-lhe algumas pseudo reformas que nem se quer soube concretizar teoricamente (outras que são um perfeito absurdo como a regra de 5 por 1 na função pública). Seguidamente alia-se ao Governo Sócrates e impõe o PEC 1, o PEC 2 e o PEC 3. Posteriormente quis mexer na legislação laboram e penalizar milhares de trabalhadores precários, condenando-os a mais instabilidade e à perda de ainda mais direitos. E agora joga mais um trunfo:

Quer acabar com a garantia constitucional de que a Educação e a Saúde sejam tendencialmente gratuitas e suportadas pelo Estado.

Podemos discordar do papel estratégico do Estado em todas as áreas, agora no garante de condições de Saúde de um sistema de educação público que responda às pessoas pode-se por em causa o papel do Estado?

Isto não só roça a irresponsabilidade como é uma atitude de absoluto desrespeito porque quem neste país não tem condições para encher os bolsos dos donos de hospitais privados e de colégios.

Em que Mundo é que este homem vive?????

terça-feira, 22 de junho de 2010

um verdadeiro luxo...

O último filme a fazer-me chorar...



"Do realizador de Jogos de Poder, o Atentado e Perigo Imediato, chega-nos Catch a Fire: Guerra de Culturas, uma viagem ao mundo da sabotagem, corrupçao e crime, na era Apartheid da África do Sul. O vencedor* de um Oscar® Tim Robbins (Mystic River e Os Condenados de Shawshank) e Derek Luke (Antwone Fisher e Caminho para a Glória) protagonizam este fascinante thriller baseado numa história real. No contexto de um pais em chamas e duas culturas em guerra Catch a Fire: Guerra de Culturas é a história tocante de um homem que sozinho luta por si próprio, a sua família e o seu povo."
Apetecia-me ter algo verdadeiramente sentido para dizer… Mas a verdade é que não há palavras: Saramago levou-as todas!

Eternamente Levantado do Chão!!



segunda-feira, 7 de junho de 2010

Agradecimento


Há conceitos que aplicamos no quotidiano de forma linear, outros que aplicamos automaticamente, outros que pensamos e não usamos realmente, outros demasiado supérfluos para serem falados e outros demasiado ousados para serem completamente compreendidos. E existe Ela. Ela é um conceito demasiado complexo para ser entendido por meras palavras. É um fluxo de tudo o que é, de tudo o que constrói, de tudo o que pensa, de tudo o que teme, de tudo o que dá. É um fluxo dinâmico onde olhares, palavras e sorrisos se misturam numa harmonia raramente vista e raramente pensada. Ela respira o ar que negativistas expulsam, transforma-o numa brisa encantadora que dá vida aos desencantados.

Não é prefeita: “há beleza na imperfeição”. É uma máquina de palavras e expressões alucinantes que nos consomem por momentos, e ao mesmo tempo uma máquina de silêncios e olhares realmente confortáveis. Ela é um conceito que jamais conseguirei explicar, porque é um conceito que muitas vezes nem entendo. Mas é um conceito que sinto e que sei que me (nos) faz feliz.

Ela não é abstracto mas também não é concreto. Ela não é óbvio mas também não é o complexo. Ela não é desprendimento mas também não é racionalismo. Ela é sonhadora, e como sonhadora tem medo perder. Mas é lutadora, e como lutadora luta contra esse medo. Ela é uma actriz única no palco da vida, e dá ao Mundo uma noção central de existência. Ela não vive por acaso, nem faz do acaso a sua rotina. Ela corrompe os limites do óbvio, e consome-os até tornar intensos os momentos que com Ela vivemos. Ela é definitivamente surpresa. É definitivamente sorriso, lágrimas e entrega.
Ela acorda e vive na intensidade das pequenas coisas que tornam o dia tão colorido, tão próximo e tão nosso. Ela cumprimenta inconscientemente dia após dia a Deneuve, a Zeta-Jones, a Kidman, a Glenn Close, a Maggie Smith, e partilha com elas todo o seu dia, todas as suas expertiências, todos os seus medos, todas as suas aspirações. Com Ela diria: quantas grandes artistas já actuaram no centro do seu quarto? E quantas personagens já ela foi no centro do seu quarto? E quantas discussões terá tido com as suas artistas a respeito das suas personagens e das suas imensas representações?

E é critica o suficiente para saber que a crítica é dinâmica. Por isso pede opinião a Eça de Queiroz, Baz Luhrmann, ao Paulo de Carvalho, ao Platão, aos Jigsaw, ao Mark Herman, à Meaghan Smith, ao Scorsese, à Sónia, ao Tom Hanks, ao Burton, aos goldfrapp, ao Nietzche ou à simples insónia que numa qualquer noite lhe impõe um diálogo. E mesmo Ela sabendo que é um pouco de tudo isso, Ela sabe que todos os dias se enriquece partilhando todos esses maravilhosos diálogos, todas essas maravilhosas críticas, todas essas maravilhosas viagens ao seu Mundo interior.

Da sua guitarra emanam sons que Ela sabe em que pessoas da sua vida encaixam. E Ela consumida pela música da sua vida encontra em cada sentimento e em cada partilha a imensa banda sonora do filme da sua vida, da narrativa do seu Mundo.
Ela é uma absoluta Romântica, e por isso é inconstante. Mas sabe no fundo que como o amanhã é sempre tarde de mais: ADORO-TE MÃE, ADORO-TE PAI, ADORO-VOS AMIGOS, ADORO-VOS SORRISOS, ADORO-VOS SENTIMENTOS, ADORO-TE MUNDO, ADORO-TE VIDA !!! Na sua inconstância ela encontra respostas, e nas suas respostas ela é feliz. Também para mim o amanhã é sempre tarde de mais, por isso: ADORO-TE, ADORO-TE e ADORO-TE !!
E, porra, que se lixe o resto: ABSOLUTAMENTE ARREBATADOR!
….
Ainda que nem sempre entenda aquilo que és enquanto conceito, sinto que fazemos parte um do outro, e que por essa vida fora quando olharmos para o lado estaremos um ao lado do outro, amigos para sempre, confidentes para sempre.
“… Et, même qui La Rose cest important, moi et toi savoir que l´important est que nous existons, et que je t´adore comme tu m´adore” (tentei).

domingo, 6 de junho de 2010

terça-feira, 1 de junho de 2010

…nem só de Rei e Rainha se faz um jogo de xadrez!


O fim da bipolarização do Mundo em nada foi sinónimo de pacificação, de rejeição da guerra e da generalização Mundial de direitos sociais. Foi sim sinónimo de unipolarização do Mundo, sob a égide do imperialismo global. O desaparecimento da potência Soviética fez, a partir de 90, surgir os EUA como a única grande potência económica e militar. Contudo, nos nossos dias uma nova potência emerge, a China. O facto de uma nova grande potência surgir na geopolítica mundial, não faz com que algo mude no Mundo, não é sequer factor de alívio e de esperança para os trabalhadores e para o povo. A ascensão Chinesa é, antes de mais, um motivo de preocupação. Apesar de uma imagem renovada e “marketingzada “, o imperialismo global continua a ser a base de entendimento global e de todo e qualquer equilíbrio de forças…

...mas o Mundo é claro como a clarividência de um charco de água suja!

Os países menos desenvolvidos são sempre quem paga a factura mais alta, sendo brutalmente excluídos do processo de globalização. A Tríade mais a China, são hegemónicos: detém todo o poderio económico, mobilizam e gerem recursos e fluxos de todos os tipos, detém uma superioridade técnica e um poderio económico e político brutal, servindo-se da guerra infinita, da marginalização e aproveitamento dos países menos desenvolvidos e, obviamente, do planeta. Pensar-se nas Nações Unidas como um real factor de equilibro de forças? Impossível… O conselho de segurança não deixa e sabemos precisamente porque…

A globalização reforça a primazia Norte Americana (como sempre o fez). Ao mesmo tempo que favorece o apogeu Chinês. Mas como nem só de Rei e Rainha se faz um jogo de xadrez, o império deu um novo salto. Utiliza novos bispos e torres no imperialismo global. Essenciais à renovação de imagem e à desfiguração que o capitalismo quer impor na cabeça dos cidadãos e da opinião publica. Esses bispos e torres, os chamados novos países industrializados ou semiperiferias são, nos nossos dias, peças centrais do ilusionismo imperialista. Sob a capa do (re)equilíbrio de forças, da democratização do Mundo, e da eficácia do modelo económico globalizante, os países emergentes servem os mesmos interesses das potências: rebaixam-se sempre perante os interesses político e económicos (por exemplo as multinacionais Norte Americanas no México); subjugam-se sempre perante as ofensivas militares (por exemplo a complacência perante a guerra no Iraque, no Afeganistão ou na Palestina); assumem sempre uma posição subalterna em questões ambientais (por exemplo cimeira de Copenhaga); … E portanto sob a capa democratizadora, os países emergentes apenas legitimam o imperialismo global, porque a verdade é que o imperialismo não é democratizável!

São regiões geopoliticamente estratégicas: Ásia Orienta e Sudoeste Asiático; América Latina; Magrebe. Países tidos como exemplos, onde os direitos humanos, o trabalho infantil, a pobreza ou as desigualdades sociais são problemas inultrapassáveis. Conhecemo-los (e certamente não será por acaso) com nomes de animais ferozes e ofensivos: os 4 Dragões Asiáticos (Coreia do Sul, Taiqan, Hong Kong e Japão) ou como os Tigres do Oriente (Malásia, Tailandia, Filipinas e Indonésia)… Próximos da China e do Japão, assumindo um papel geoestratégico de enorme importância. Na América Latina conhecemo-los com mais profundidade: A Argentina, o México, o Brasil… A própria “política de bloco”, com o exemplo concreto da NAFTA, é bem elucidativo do tipo de alianças que se fazem e com que fins. Mas não pensemos que os EUA só se impõe ao país que em 1982 se declarava insolvente e foi “salvo” pelos EUA (México), ou da 10ª economia Mundial que Obama tanto elogia (Brasil) ou do fiel aliado (Argentina). Detém outras influências igualmente importantes como a Colômbia ou o Peru. A região do Magrebe não é imune. O império sabe perfeitamente onde está o seu oxigénio, o petróleo. É por isso que a presença dos EUA, da UE e até da China na Argélia, na Líbia, em Marrocos na Mauritânia ou na Tunísia é tão relevante.

João Nuno Mineiro